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1 - india origem das civilizações

Nos finais do paleolítico, com o aquecimento do planeta, os homens neolíticos, partindo-se do Médio-Oriente, entre 15 000 e 10 000 a.C, espalharam-se através das canoas pelo litoral das regiões mais quentes e atingiram as costas mediterrânicas, norte de África, Amércia e a Índia. Estes homens da cultura heliolítica, além de adoração do sol e das serpentes, praticavam circuncisão, mumificação e tatuagens, e usavam a cruz suástica como símbolo religioso. Foram construtores de monumentos megalíticos.

Por vota de 6 a 5 mil, a.C formaram as suas civilizações, tendo como estrutura básica, os templos, grandes propriedades e tesouros,  com os respetivos sacerdotes, sacerdotisas, escribas, médicos, magos, tesoureiros, administradores, etc. Na evolução do sistema sacerdotal, surge o rei com a sua corte, constituída com escribas, conselheiros, arquivistas, cronistas, agentes, capitães e guardas, os quais eram possuidores de grandes estabelecimentos. Na base do sistema ficavam as classes que pagavam as taxas:cultivadores da terra, servos ou rendeiros do rei ou do nobre; artífices, pessoas especializadas num ofício, que podiam reunir-se e discutir interesses, formar corporações para restringir a produção, estabelecer preços e proteger interesses comuns;  pastores nómadas;  mercadores, armadores dos navios, que transportavam e vendiam bens errando numa e noutra civilização, habituados na prática da usura; retalhistas; proprietários independentes; servos domésticos, escravos ou escravos libertos ou jovens camponeses transferidos para o serviço da casa; trabalhadores colectivos ou forçados, prisioneiros da guerra ou escravos por dívida; soldados mercenários, cativos da guerra, homens recrutados ou alistados entre as populações estrangeiras amigas; marinheiros. Cada uma dessas classes transmitia aos seus filhos o seu ofício através de uma educação doméstica e os casavam com mulheres da mesma classe profissional, dando assim uma contínua separação entre as classes.

1.1.CIVILZAÇÃO VÉDICA/SARASVATI: Na Índia essa cultura evoluiu-se em civilização védica/sarasvati, em que veda significa o conhecimento; a anta significa a meta ou o fim, sendo seu seguidor chamado de vedanta, homem que procura conhecimento ou veda, visando a auto-realização espiritual para obter aquilo que não conseguiu nas suas vidas anteriores. É a civilização do vale do indus, dos povos dravidianos da Índia. Surge cerca de 5 000 a. C e declina-se por volta de 2 600 a.C com os desastres naturais, alterações climáticas, inundações e terramotos. Os seus centros civilizacionais eram as cidades de Harappa no Pundjab e de Mohanjodaro no Sind, com influência no actual Paquistão, Gujerat, Pundjab e Uttar Pradesh. Dedicavam-se essencialmente a agricultura, plantação de arroz e de algodão, utilizando as técnicas de drenagem e de irrigação. Construiram importantes edifícios públicos com sistema de esgotos e recolha de lixo. Praticavam comércio com a Mesopotâmia, e usavam carros de bois para o transporte dos bens e tinham o sistema de pesos e medidas. Era uma sociedade teocrática e o seu chefe religioso era considerado uma divindade e representante do deus Shiva ou Krisna.

Em 2 100 a. C os dravidianos do vale dos Ganges são invadidos pelos arianos, vindos da Pérsia e Afeganistão. Na organização social ariana a tribo era uma grande família. O conjunto destas famílias tribos formava a nação ariana. Uma casa abrigava centenas de pessoas, formando uma comunidade ou corporação, em que o membro mais velho da família, geralmente masculino, era o chefe e na sua falta ficava o elemento feminino. Os membros válidos contribuiam com o trabalho e ganho para servir a corporação e os membros mais fracos, viúvas, órfãos e parentes próximos. Todos eram tratados como iguais, irmãos e irmãs. Os filhos dum primo são sobrinhos e sobrinhas, como são os filhos de irmãos ou irmãs, e uma criada, conhecida como “JHI”, é tratada como filha e chama pai e mãe, respectivamente, ao patrão e à patroa e irmãos e irmãs aos jovens da família. Esta comunidade familiar só se separava em famílias menores quando se tornava numerosa. São frequentes aldeias inteiras povoadas por membros do mesmo clã, mantidas unidas por laços de simpatia, prazeres e tristezas e pela divindade familiar. A divinade familiar localiza-se num quarto próprio ou numa capela ou templo, anexos à casa, sendo uma família rica. O sacerdote hindu faz parte da família e pode não ser um homem de muito saber, mas apenas conhecedor das tradições da sua fé.

Nesta sociedade a hospitalidade tem muita força e qualquer estranho que chegue à uma casa hindu antes do meio-dia tem direito, caso peça, a uma refeição. A senhora da casa é a última a comer, e só depois de meio-dia, depois de todos os membros e o estranho que chegue, estarem servidos. Por isso o seu alimento muitas vezes era tudo o que se sobrava.  Numa casa hindu não usam sapatos dentro da casa.

Os poemas épicos de sânscrito contam uma história semelhante à Ilíada, a história dum povo branco, consumidor de carne, vindo da Pérsia, que se estabeleceu no vale do Indo e difundiu-se pela Índia. Com o passar do tempo perdeu a tradição dos seus bardos, que eram transmitidos principalmente pelas mulheres nas suas famílias, e se tornou vegetariano, comida própria dos climas quentes, como os dravidianos. Sendo a Índia separada a W e a E por barreiras de montanhas e regiões desérticas, estes arianos perderam o contacto com os arianos do W. Ocuparam inicialmente o Pundjab, onde se sedentarizaram-se e transformaram-se em agricultores e deram origem a milhares de pequenas repúblicas, aldeias e clãs pacíficos, em que os nobres e os rajás caçavam elefantes, matavam tigres e compunham poemas épicos, os quais se transmitiam oralmente.