ler, pensar, refletir


1.1.5 - império gupta

A Índia foi invadida por descendentes dos gregos, bactrinas, kuchas, afegãos, turcos e mongóis, em 47, 100 e 170 e torna-se um manto de retalhos, desde Ganges até ao reino Pandya, dinastia do sul da Índia, que reinou entre o século II e XVI, com capital em Madura. Antes da queda do império romano, a Roma com o ouro e a prata adquiria os artigos de luxo indianos, as especiarias, pérolas, marfim, além do seu comércio com as Ilhas Indonésias e com o SE asiático, e sendo Alexandria  o maior centro comercial do mundo, os seus mercadores tinham  estabelecimentos no sul da Índia e em Cranganore. Na costa do Malabar, havia um templo à Augusto e várias embaixadas imperiais tinham sido enviadas a diversos potentados indianos. Igualmente, havia indianos e os seus cultos, em Alexandria.

No norte desta dinastia Pandya, entre os séculos IV e VI surgiu o império Gupta, período em que se prosperou o hinduísmo com grande atividade agrícola, urbanistica, arte, pintura, escultura apropriada para a decoração dos palácios, templos e casas particulares, dança com mímica e normas para a posição das estátuas e da figuras dos frescos das carvernas de Ajanta, em Hyderabad, onde, entre os séculos II e VII houve um mosteiro budista com salas amplas e galerias escavadas nas rochas e as paredes revestidas da pintura da vida da corte opulenta. É o sentido da harmonia, ritmo e movimento. Na literatura surgem obras, como, Ramaiana, Mahabarata, Canto do Senhor, e Kamasutra, o manual dos prazeres. É a arte Gupta. O sacerdote hindu tornou-se uma figura importante com os seus conhecimentos do clima, calendário das estações e de técnicas agro-pecuárias, sendo ao mesmo tempo o intermediário dos deuses para executar os ritos religiosos e os sacrifícios para protecção contra o mal, enquanto os monges budistas se acomodavam a sumptuosidade. Surgiram também progressos na astronomia e defenderam a esfericidade da terra e os seus movimentos de rotação e translação. Calcularam o tamanho do ano solar, usando o sistema de 9 dígitos e o zero, que mais tarde os árabes transmitiram à Europa. Na religião surgiu o conceito budista da alma absoluta e universal e a ideia de uma triáde de deuses, Brama, Vixnu e Shiva, representados com várias cabeças e braços, simbolizando os seus poderes sobre-humanos. Buda foi absorvido pelo hinduismo como 9ª encarnação. Ao mesmo tempo a representação escultórica do Buda feita segundo o modelo grego de Apolo foi indianizada com os olhos semicerrados e com o sorriso asiático. Acreditavam que os deuses viviam no topo dos montes e, por isso, ali construíram os templos com uma cela escura ao seus ídolos.